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As agências noticiosas portuguesas e Moçambique
As agências noticiosas portuguesas e Moçambique

Em 16 de Fevereiro de 1978 a ANOP e a AIM assinaram um acordo geral de cooperação, dentro do espírito do melhor entendimento possível entre os órgãos de comunicação social de Portugal e de Moçambique.

Em 13 de Setembro a ANOP solicitou um visto para que eu pudesse entrar em território moçambicano, conforme se conta num livro agora publicado em Lisboa, "Heróis anónimos", de Wilton Fonseca e Mário de Carvalho, com a história das agências noticiosas portuguesas ANOP e NP, de 1975 a 1986.

Em Outubro de 1978 cheguei pois a Maputo, onde era aguardado no aeroporto pelo director-geral da Informação, Mota Lopes, e pelo adido cultural português, Soares Martins, tendo ficado instalado no Hotel Polana.

Meses depois, consegui que a empresa de seguros Emose me alugasse dois apartamentos, frente ao jardim Tunduru: um para residir e outro para trabalhar, como delegado da ANOP.

Como colaborador, contratei o jovem Refinaldo Matsosombane Chilengue, que tão importante se viria a revelar no futuro da imprensa em Moçambique.

Ali estive inicialmente dois anos e quatro meses e depois mais uns quatro meses, até Fevereiro de 1982, tendo privado com todo o pessoal do Notícias, da AIM e da Tempo, visitado a Beira, Quelimane, Tete, Cahora Bassa, Nampula, Nacala e ilha de Moçambique.

Foram tempos deliciosos os que passei no país compreendido entre o Rovuma e o Maputo, tendo-me sucedido no cargo colegas como Hélder Guerra, Fernando Carneiro e Xavier de Figueiredo, enquanto Refinaldo Chilengue viria por duas vezes estagiar na sede da ANOP, em Lisboa.

Entretanto, uma segunda agência portuguesa, a NP, também abria delegação na capital moçambicana, colocando lá Manuela Ferreira, graças ao empenho de Augusto Carvalho, que fora director do Expresso e que acabaria por se radicar em Maputo, até à morte.

Este foi uma parte do meu percurso profissional de 46 anos, iniciado na antiga agência ANI e culminado, de 1990 a 2010, no jornal lisboeta PÚBLICO.

Como corolário da minha passagem por terras moçambicanas, o Refinaldo Chilengue tem-me convidado para escrever em todos os números da revista Prestígio e, ocasionalmente, no Correio da Manhã.

Estou grato por toda a receptividade com que sempre deparei em Moçambique, não me esquecendo de que em 1992 acompanhei em Roma as conversações e a assinatura do Acordo Geral de Paz, que oxalá consiga sobreviver a uns quantos problemas que de vez em quando vão surgindo.

Tudo de bom para vós, meus amigos.